sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O que as cidades brasileiras precisam fazer para serem amigáveis à pessoa idosa?




Qualquer aspecto da vida humana pode ser amigável à pessoa idosa e a todas as idades. A adaptação da sociedade às especificidades do idoso facilita a toda a população e precisa fazer parte das políticas públicas.

Matéria do jornal Valor Econômico de 18 de dezembro traz entrevista de Alexandre Kalache, médico e gerontólogo, ex-diretor do Departamento de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) e atual presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR) e co-presidente da Aliança Global de Centros Internacionais de Longevidade (Global Alliance of International Longevity Centres – ILC-GA). A matéria foi publicada no caderno Eu & Fim de Semana, página 3.

Na entrevista, Kalache analisa as duas principais tendências do século XXI – urbanização e envelhecimento populacional – e as transformações necessárias ao enfrentamento dos desafios colocados pelo aumento da longevidade na sociedade brasileira, muito voltada ao jovem: “Em uma sociedade que envelhece e se urbaniza ao mesmo tempo, é preciso planejar para ela ser mais humanizada e observar questões relacionadas às políticas de moradia, transporte, educação, acesso a trabalho, inclusão social, comunicação e informação, acesso a serviços sociais, de saúde e qualidade dos espaços públicos”.  As questões indicadas por Alexandre Kalache integram o enfoque “amigo do idoso” - aplicação prática do Marco Político do Envelhecimento Ativo, produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2002, atualizado pelo ILC-BR sob a condução de Alexandre Kalache e lançado em versão global, em julho de 2015. 

Desde sua concepção, o enfoque “amigo do idoso” é aplicado a comunidades, porteiros, transportes, empresas, comércio, entre muitos outros segmentos da vida em sociedade.

As iniciativas amigáveis às pessoas idosas são implantadas sob demanda da sociedade civil, em associação com os conselhos municipais dos direitos dos idosos e com os setores público, acadêmico e privado, baseados em intersetorialidade. É indispensável o protagonismo das pessoas idosas - em abordagem de baixo para cima. O resultado das iniciativas é a proposição de políticas públicas para o envelhecimento ativo, recomendadas em planos de ação, monitorados e avaliados continuamente.

O Brasil, entre seus mais de cinco mil municípios, tem cidades em processo de elaboração de iniciativas amigáveis às pessoas idosas e de adesão à Rede Global da OMS de Cidades e Comunidades Amigas do Idoso. A Rede foi criada em 2010 e agrega, no momento, 287 cidades e comunidades em 33 países, cobrindo 113 milhões de pessoas.


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