sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Economia da Longevidade em perspectiva

A análise da longevidade como questão do campo da economia coloca em evidência os fatos surgidos a partir do alongamento da vida humana e favorece sua discussão sob o ponto de vista das práticas sociais e da agenda das políticas públicas voltadas ao envelhecimento populacional. Esse enfoque norteou o debate conduzido pelo Grupo Bradesco Seguros, no dia 27 de novembro, durante o VII Fórum da Longevidade Bradesco Seguros, no Hotel Transamérica, em São Paulo. O tema “Economia da Longevidade” delineou um panorama das relações sociais, desde os dados sobre a população idosa até o exemplo do “bom viver” expresso em pessoas emblemáticas em suas áreas de atividade, aos 70 e aos 90 anos.

Atuou como mediador em discussões dessa edição do Fórum, o médico gerontologista Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade (ILC-Brazil) e consultor do Grupo Bradesco Seguros - desde que foi palestrante em 2006, quando realizado o I Fórum da Longevidade, em iniciativa pioneira. O Centro Internacional de Longevidade (ILC-Brazil) é parceiro do Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe), vinculado ao Instituto Vital Brazil, no Rio de Janeiro. Além de presidir o ILC-Brazil, Kalache é consultor sênior sobre Envelhecimento Global da Academia de Medicina de Nova York (The New York Academy of Medicine) e foi diretor do Departamento de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Conferência internacional sobre o tema

“Desafios do Envelhecimento Populacional no Brasil e no Mundo” foi o tema do professor de Economia da Universidade de Harvard e demógrafo, David E. Bloom, em palestra organizada em três partes: elementos básicos do processo de envelhecimento, natureza das preocupações e o não determinismo demográfico. O Professor Bloom mostrou as mudanças das faixas etárias ilustradas pelos formatos das pirâmides de dados populacionais, em gráficos de diferentes décadas, que vão de 1950 até 2050. Na primeira década, a população jovem era maior e a quantidade de pessoas acima de 60 anos era muito menor. A cada década, a proporção muda e altera o desenho dos gráficos.

Segundo Bloom, tal panorama influencia, entre outras, as áreas da saúde, da previdência social, da educação dos profissionais de saúde e da assistência social. A amplitude do problema vem gerando visões alarmistas em alguns segmentos da sociedade que identificam relações de causa e efeito entre o quadro demográfico e a vida social. Porém, David Bloom afirma que não há determinismo demográfico, tendo em vista as formas de enfrentamento dos desafios: reflexos comportamentais, políticos e nas práticas dos negócios, com investimentos em setores estratégicos para o envelhecimento e iniciativas destinadas aos múltiplos interlocutores do campo da longevidade.

Um painel sobre o tema no Brasil

O palestrante Jorge Félix, jornalista e mestre em Economia pela PUC, com tese sobre o tema que dá nome ao Fórum, falou sobre a Economia da Longevidade. Para Félix, autor do livro "Viver muito" (Editora Leya), o envelhecimento da população é o “pano de fundo da crise econômica vivida hoje”, que requer políticas públicas específicas para atender a uma nova dinâmica populacional. Félix contrapôs a necessidade de profissionais qualificados para o cuidado dos idosos à meta não cumprida do Ministério da Saúde para 2011, de formar 65 mil cuidadores por meio do Programa Nacional de Formação de Cuidadores de Idosos. O Programa diplomou apenas 1.500 profissionais. Para cada desafio da Economia da Longevidade, Jorge Félix apresentou uma agenda, como, por exemplo, a cultura da aposentadoria cedo pode ser modificada pelo estímulo às empresas para manutenção do profissional por um tempo maior.

Especialista em consumo de varejo e bens de serviço e professor da Fundação Instituto de Administração (FIA), Claudio Felisoni falou sobre “Consumo na Terceira Idade”, abordando cenário econômico e consumo; crescimento da população idosa; especificidade do consumo nessa população; e turismo para o idoso – “já que o Fórum trata de vitalidade e mais vida, obviamente isso se aplica ao lazer”. Ao discorrer sobre as transformações que impactaram a sociedade com o advento das novas tecnologias, Felisoni fez um paralelo entre o comércio tradicional e o “e-commerce” e afirmou que a internet é usada pelos idosos para compras e para interações. Entretanto, segundo Felisoni, a inclusão digital do idoso se restringe à classe A. Entre as características de consumo da Terceira Idade, o especialista destaca a preferência pelas viagens em grupos heterogêneos, com a percepção de que o idoso prefere o convívio intergeracional.

Protássio Lemos da Luz, médico cardiologista do Instituto do Coração (Incor), membro da Academia Brasileira de Ciências e diretor do Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da USP, discutiu as dimensões da longevidade “Da prevenção ao tratamento: impacto econômico na saúde dos longevos”. O início de sua exposição provocou risos na plateia com a afirmação de que “velhice não é problema, especialmente para quem não chegou lá”. Protássio Lemos analisou a influência do avanço tecnológico nos processos diagnósticos atuais, não existentes anteriormente, que aceleram a identificação de doenças por meio de exames de imagem e de procedimentos não invasivos e diminuem a duração da hospitalização.  Autor do livro “Nem só de ciência se faz a cura”, Protássio Lemos considera que há vantagens e desvantagens no uso das tecnologias em saúde, entre elas o excesso de diagnóstico – que resulta em intervenções desnecessárias -, e o suporte artificial da vida – que “faz com que seja mais difícil morrer nos dias de hoje”.

Mara Luquet, jornalista especializada em aposentadoria e planejamento financeiro, apresentou suas recomendações sobre “Como chegar aos 100 anos sem quebrar” e explicou ser uma jornalista financeira e não uma economista, em razão das coberturas que vem realizando sobre inflação, juros, crise da dívida externa brasileira e sobre o aumento da expectativa de vida. A reportagem sobre longevidade despertou sua atenção para o fato de que “viver muito custa caro” e para a importância da preparação de cada um para essa fase da vida. A jornalista expressou sua admiração por Alexandre Kalache, que foi pessoa chave em sua aprendizagem. Em especial, Mara Luquet ressaltou a importância do papel da mulher na economia familiar. Destacou, ainda, que, além de vivermos uma revolução da longevidade, estamos vivendo uma revolução da redução da taxa de juros, o que demanda o planejamento do futuro, da aposentadoria e “de quem vai cuidar de você!”.


Consolidação do painel

Em formato de Talk Show, o debate conduzido por Alexandre Kalache reuniu os especialistas Claudio Felisoni, Protássio Lemos e Mara Luquet, para articulação dos pontos de vista sobre o tema. Todas as contribuições confluíram para a relevância da qualidade de vida para a economia da longevidade, seja por meio das estratégias de consumo disponíveis para a terceira idade, das ferramentas tecnológicas que beneficiam a saúde ou dos recursos financeiros garantidores do cuidado na velhice. A fala dos especialistas ocupou toda a manhã do Fórum de Longevidade e a tarde foi reservada para a emoção.

Estrelas da longevidade

Bibi Ferreira
A atriz e cantora, Bibi Ferreira, de 90 anos, trouxe para o Fórum da Longevidade um pocket show do espetáculo intitulado “Bibi, Histórias e Canções”, juntamente com os músicos que sempre a acompanham. Bibi agradeceu o convite para participar do Fórum e disse que muita gente parece ser indiferente à longevidade, mas todos querem “chegar lá”. Sua apresentação impressionou pelo vigor de seu canto, de sua linda voz e da força com que conta as histórias associadas a cada música. Celebrou a saúde que tem e que é responsável pela sua capacidade de trabalhar.

Os participantes do Fórum foram invadidos pela emoção provocada pelo pout-pourri de músicas do repertório de Elizete Cardoso cantadas por Bibi. Depois, a história de sua vida com Paulo Pontes e sua interpretação de Gota D’Água. Então, Bibi contou que hesitou em cantar músicas de Edith Piaf logo após a peça, que era uma tragédia, para evitar continuar cantando a tristeza. Por essa razão, adiou o espetáculo sobre Piaf, realizado anos depois – e brindou o Fórum da Longevidade com suas canções. O encerramento ficou por conta de “Conversa de Botequim”, de Noel Rosa.

Jane Fonda

O depoimento de Jane Fonda sobre a longevidade misturou o caráter pessoal e a experiência embasada por experts. O relato de experiência se revestiu daquela sinceridade de quem não se esconde dos outros e oferece sua vida como um acontecimento que pode servir de referência para quem quer ouvi-la. Jane Fonda não poupou o interlocutor dos detalhes que poderiam ser tabu, como o suicídio de sua mãe. Esse episódio de sua vida foi motivo de sofrimento até que trouxe uma informação libertadora. O que Jane Fonda pareceu querer mostrar com isso é que devemos todos cultivar a perspectiva positiva da vida.

A relação de Jane Fonda mais estreita com os temas da longevidade surgiu no momento de completar 60 anos, quando encarou sua vida como uma sinfonia composta por três atos: o primeiro abrange as três primeiras décadas; o segundo ato compreende as três décadas seguintes e o terceiro ato se estende até quantos anos mais a pessoa tiver. Desse modo, há um tipo de vida até os 30 anos, outro tipo até os 60 e outro a partir daí. Jane Fonda vislumbrou os três atos de maneira diferente da visão predominante, que divide a vida em fases, pensando na primeira como etapa de aprendizagem, na segunda como momento da produção e na final como o período para diversão.

Jane rejeita essa organização da trajetória humana por entender que a aprendizagem ocorre ao longo da vida, com potencial para fortalecer a inteligência e a alma. Assim, ao invés de representar a vida em forma de “Arco”, constituído por uma curva ascendente, um auge e um declínio até a morte, Jane Fonda propõe que se veja a trajetória como uma “Escada”, que não é puramente biológica - como o Arco, mas uma imagem integradora das dimensões humanas em suas capacidades de “evolução e ascensão contínuas”.

Alexandre Kalache entrevista Jane Fonda

Uma longa troca de informações se desenvolveu na entrevista que colocou frente a frente duas pessoas dedicadas aos temas da longevidade de forma densa e apaixonada. Alexandre Kalache perguntou a Jane sobre a discriminação por idade, do inglês "Ageism", e a atriz fez questão de que a plateia entendesse o significado da palavra - sempre atenta às reações de público. Jane contou como a discriminação ocorre em seu país e que atribui a atitude ao medo de enfrentamento da morte. Ela expôs seu ponto de vista sobre a revolução da longevidade e os diversos setores em que impacta, acreditando que, em vista de sua profissão, tenha um papel cultural junto à sociedade. Entre muitos outros temas, aderiu à proposta de Kalache de criar um novo termo para o que hoje é conhecido como terceira idade: gerotolescência. Kalache vem discutindo a denominação para a fase de transição semelhante à adolescência no que diz respeito às mudanças vividas pelo ser humano, o gerotolescente.

Continuidade do Fórum da Longevidade

No encerramento do evento, Lúcio Flávio de Oliveira, Diretor-Presidente da Bradesco Vida e Previdência, empresa integrante do Grupo Bradesco Seguros, agradeceu a presença dos convidados e reafirmou que “o objetivo do fórum é estimular ainda mais o debate em torno da longevidade, de modo que a sociedade possa se preparar melhor para esta nova realidade.”

Nesse momento, Bibi Ferreira voltou ao palco para declarar sua admiração a Jane Fonda, sob forte emoção, estendida a todos os presentes. Bibi teve o apoio de Alexandre Kalache que traduziu sua fala para Jane Fonda.
Repórteres, fotógrafos e participantes do Fórum se aproximaram do palco para acompanhar as homenagens finais às estrelas.

Lançamento de livro de Jane Fonda

Entre os compromissos de Jane Fonda no Brasil, depois do Fórum da Longevidade em São Paulo, o lançamento de seu livro no Rio de Janeiro foi bastante concorrido.


Intitulado “O melhor momento: aproveitando ao máximo toda a sua vida”, o livro registra impressões de Jane Fonda sobre a longevidade, de forma bem fundamentada e combinada a opiniões pessoais. Inquieta e curiosa sobre a vida, a autora realizou pesquisa sobre os temas que aborda, consultou especialistas e usou sua própria trajetória como subsídio. O mergulho fundo em seu passado reuniu muitos elementos que Jane Fonda fez questão de revelar, sem reservas.

Fotos de acervo do Centro Internacional de Longevidade.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O envelhecimento sob o ponto de vista de um filme francês

Todas as esferas da vida são permeadas pelo envelhecimento humano, desde a produção científica e acadêmica sobre saúde até a arte e o cotidiano. O fenômeno é múltiplo, assim como é diversa a cadeia de interesses que desperta. Aonde os conhecimentos teóricos sobre a velhice se imbricam com a arte cinematográfica e o cotidiano?

O filme francês "E se vivêssemos todos juntos?" (no original “Et si on Vivait Tous Ensemble?”) trata as questões dessa fase da vida de forma sensível e, ao mesmo tempo, as aborda com leveza e com a densidade necessária à reflexão. Em sua opção estética, a obra franco-alemã de 2011 mistura momentos cômicos à seriedade de situações complexas.

Cinco personagens acima dos 70 anos, e mais de 40 de amizade, lidam com o fato de terem envelhecido. O personagem solteiro, Claude, reluta em seguir a orientação médica indicada para seu problema cardíaco diagnosticado como grave.  O casal Annie (vivida por Geraldine Chaplin) e Jean lamenta que os netos nunca os visitam. E o casal Jeanne (Jane Fonda) e Albert enfrenta, a seu modo, a chegada de doenças.

A construção da história consegue evitar o apelo fácil à emoção quando transporta o expectador a um universo do qual não escapará, por experiência própria, caso seja longevo, ou pelo convívio com idosos. Como toda produção cultural, a narrativa coloca a vida social em cena, em uma experiência diversa do cotidiano, com distanciamento e espaço para o senso crítico. Nesse trajeto, revigora o pensamento, estimula o debate e suscita novos estudos.

O tema central do filme problematiza o que fazer quando não  for mais possível viver só. Nas entrelinhas, desenha-se a fragilidade estudada pela saúde pública, definida como a redução da capacidade funcional que dificulta a realização das atividades  básicas de vida diária  (ABVD). Tal situação torna o idoso dependente de cuidado organizado de acordo com o grau de incapacidade. As fragilidades surgem e se acumulam: instabilidade postural (com quedas de repetição); declínio cognitivo; diminuição da mobilidade; perda de memória; quantidade de medicamentos de difícil gerenciamento, entre outras. A proximidade da morte recomenda preparar aqueles que cercam o idoso para sua ausência.

Os fatores sociais e econômicos; as dimensões pessoal, familiar e comunitária; os interesses político, cultural e econômico; os contextos urbano e rural; todos influenciam, determinam e transformam as condições do envelhecimento.

A pesquisa prevê que a população chegará ao final desta década com 4 milhões de pessoas idosas com dificuldades graves que demandarão um cuidador permanente. Dos atuais 3 milhões de idosos, há 100 mil sob cuidados de instituições. Fica colocado o debate sobre quem se encarrega do cuidado em uma sociedade em que as mudanças nas famílias não mais comportam que seus membros se dediquem a seus idosos. Nesse quadro, a família e as instituições terão que aumentar em 50% sua capacidade para o cuidado da pessoa idosa.

No filme "E se vivêssemos todos juntos?" a questão aparece quando se define que Claude não pode mais morar sozinho e se desencadeia a ação que dá título à obra: viverem juntos pode ser a saída. Claude e o casal Jeanne e Albert passam a viver na casa de Annie e Jean, como se ali fosse uma “república” para maiores de 70 anos. O desafio é o enfrentamento das limitações físicas e psíquicas que se avizinham.

Favorável à permanência de Claude em uma instituição, seu filho sintetiza a discriminação às vulnerabilidades e à dependência que a idade traz - e não exatamente uma discriminação em relação à idade. O personagem representa o descaso dos jovens pelos parentes idosos. Se a história fosse ambientada no Brasil, a pobreza seria um elemento adicional de discriminação.

Consideradas as diferenças entre países desenvolvidos – o filme é francês –, que já discutem a longevidade muito antes dos países em desenvolvimento, no Brasil outro componente da discussão sobre o envelhecimento é a dificuldade de acesso aos serviços públicos pelas pessoas idosas. No tocante às instituições de longa permanência para idosos, chamadas ILPIs, os obstáculos são da ordem do preconceito e da sensação de abandono e sujeição a maus tratos.

Enquanto aumenta a quantidade de idosos no país e os sistemas públicos de saúde e de serviço social se estruturam para fazer frente ao desafio, a legislação brasileira estabelece que o idoso deve ser cuidado preferencialmente por suas famílias, conforme expresso na Política Nacional do Idoso. Quem assiste ao filme, percebe que isso não ocorre na França e se pergunta se é a realidade do Brasil.

A cena final do filme "E se vivêssemos todos juntos?" é um pungente e emocionante exemplo de afeto e solidariedade entre amigos e entre gerações, no fluxo contínuo da vida. Afinal, de uma forma ou de outra, vivemos juntos.

Serviço:
E se vivêssemos todos juntos? (Et si on Vivait Tous Ensemble?)
França e Alemanha, 2011. 96 min.
Direção: Stephane Robelin.
Elenco: Geraldine Chaplin, Guy Bedos, Claude Rich, Pierre Richard e Jane Fonda.

Fontes:

Simpósio “DISCRIMINAÇÃO POR IDADE”, 09 de março de 2012. Anais. Rio de Janeiro: Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Instituto Vital Brazil, 2012.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento. Área Técnica de Saúde do Idoso. Brasília, 2010. Série Pactos pela Saúde 2006, v. 12.

Brasil. Lei n.o 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da União, 05 de janeiro de 1994.

Imagem do site http://altosagitos.com.br
(http://altosagitos.com.br/diversaoaoextremo/index.php?id=noticias&sid=14875&noticia=Sa%FAde%3A+Brasileiros+querem+pratos+mais+saud%E1veis%2C+aponta+estudo+da+Unilever+Foods+Solutions+)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Conferência internacional na TV, em áudio e vídeo


A conferência de Alexandre Kalache realizada em outubro passado, no âmbito de sua atuação como pensador da organização Adelaide Thinkers in Residence, será transmitida no sábado 17 de novembro, pela rede de televisão australiana “ABC News”, no programa ABC's Big Ideas.
Foto do acervo pessoal


O público assistirá na TV a uma versão de 15 minutos da conferência intitulada “A revolução da longevidade” e pode acessar a íntegra em áudio e vídeo (com opção para download em mp4), na página do programa ABC's Big Ideas:
 http://www.abc.net.au/tv/bigideas/stories/2012/11/12/3624767.htm

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Experiência espanhola centrada na dignidade do cuidado ao idoso

Erradicar a contenção física ou química que imobiliza o idoso é o objetivo de um conjunto de centros de cuidados da pessoa idosa, na Espanha. O Grupo espanhol Geroresidencias comemora os avanços alcançados para os 1.700 leitos de seus centros, que reduziram para menos de 5% a contenção de idosos no leito. Esse é o principal resultado do projeto La Saleta, criado em Valencia, em 2008, quando havia uma prevalência de 37% de contenção. A prática combatida consiste em manter no leito os pacientes fragilizados, por meio de lençóis firmemente atados ao redor de seus braços ou pelo uso de medicamentos de sedação.

A mudança desse cenário foi informada a Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade, pela espanhola Mary Martinez, diretora técnica do projeto La Saleta. Em sua mensagem, Martinez apresenta dados que revelam os avanços obtidos em iniciativa inovadora nessa área. Alexandre Kalache conheceu Mary Martinez em 2010, quando presidiu o Prêmio da Solidariedade Príncipe Felipe da Espanha, em Pamplona. “Havia vários concorrentes, mas me chamou a atenção esta experiência deles em não sujeitar idosos à contenção física ou psíquica em residências e asilos. Daí, o projeto se chamar desatar”, diz Kalache.

Martinez ressalta que a proposta do projeto La Saleta inclui a formação de profissionais para os centros, com foco na erradicação da contenção e de maus tratos, e a formação de formadores. Este ano, cada centro teve dois de seus profissionais treinados para mapeamento e observação da pessoa com demência, visando o bem-estar e a qualidade de vida.

As diretrizes orientadoras do trabalho nos centros são disseminadas na “Campanha 2012: 12 metas” (Por la dignidad en los Cuidados) e expressam, entre outros, os propósitos de garantir a dignidade nos cuidados básicos centrados na pessoa e que as práticas de todos os centros do grupo estejam livres de contenção física ou química. Este ano planejam, ainda, incorporar a detecção e o tratamento da dor em casos de perdas cognitivas, com implantação de programas de cuidados paliativos.

O Grupo espanhol Geroresidencias foi fundado em Valencia, Espanha, em 1997, e após 10 anos de funcionamento criou a marca “La Saleta”, tendo como princípio o cuidado do idoso centrado na pessoa e o aprimoramento das práticas assistenciais profissionais voltadas às pessoas dependentes. Nessa perspectiva, foi o primeiro grupo na Espanha a adotar o programa “Desatar Físico” e o único no país a implantar o programa “Desatar Químico” – para pessoas com demência.

http://www.lasaleta.com/

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe) condecorado por trabalho com idosos

Ontem, dia 31 de outubro, o Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe) foi homenageado com a Comenda Piquet Carneiro pelo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Município do Rio de Janeiro (Comdepi/RJ). A homenagem é feita a pessoas físicas e jurídicas que atuam a favor dos idosos. O Cepe se destacou por suas ações que vão da pesquisa ao atendimento às pessoas da terceira idade. A chefe da enfermagem Janiciene Souza recebeu o prêmio em nome do Cepe. O evento aconteceu no prédio da Confederação Nacional do Comércio.


Enfermeira -Chefe do Cepe fala após receber a Comenda Piquet Carneiro das mãos de Cristiane Brasil, presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Município do Rio de Janeiro (Comdepi/RJ).

Homenageados com Cristiane Brasil, presidente do Comdepi/RJ.

Fotos Equipe Cepe

Nota de divulgação do Instituto Vital Brazil